Notícias - intersul

Pauta Específica Emperrada

---

Oito horas de reunião. Esta foi a marca do tempo da 2ª rodada de negociação da pauta especí-fica que ocorreu na última terça-feira, na sede da Eletrosul, em Florianópolis. Porém, mais do que o tempo de duração do encontro, é preciso destacar a defesa firme e contundente de cada cláusula, por parte dos dirigentes sindicais integrantes da Intersul, exigindo o respeito que os trabalhadores/as da empresa merecem. E isto é o mínimo que dirigentes sindicais comprometi-dos com os interesses maiores da categoria devem fazer.
Só para lembrar, conforme divulgamos recentemente em boletim da Intersul (sobre o resultado da 1ª rodada de negociação), a diretoria estava desconsiderando totalmente as reivindicações dos empregados/as, chegando a afirmar que pretendia ?eliminar? a pauta específica. Para a Intersul, a segunda rodada serviu para reafirmar a importância da pauta específica dos traba-lhadores/as no atual cenário e para buscar avanços no processo negocial.
Tendo clareza das dificuldades do momento, uma vez que a Eletrobrás parece ter centralizado todo processo de decisão de negociação da pauta específica, os sindicatos cobraram enfati-camente a responsabilidade da diretoria da Eletrosul. Afinal, até que se unifiquem todos os be-nefícios e que a ?Nova Eletrobrás? exista de fato e passe a centralizar, de direito, as decisões do Grupo, a diretoria da empresa não deve e não pode se furtar de seu papel na mesa de ne-gociação no sentido de dar respostas às reivindicações específicas da categoria.
O processo de transição porque passam as empresas do Grupo Eletrobrás não serve de des-culpa, muito menos de justificativa, para que não se obtenha avanços localizados. Na pauta específica existem vários itens que só podem ser resolvidos e dependem exclusivamente da diretoria da Eletrosul, tais como: forma de distribuição da PLR, enquadramento técnico, trans-porte/hora trajeto, plano de saúde, horário núcleo na sede, horas liberadas e política de opera-ção.
Com relação ao ADL, que merece destaque especial, a diretoria informou em mesa que a Ele-trosul é a única que não paga esse adicional para os empregados/as admitidos após 1996. Já em 2005 a Eletronorte pagou uma indenização aos trabalhadores/as com mais tempo de casa naquela empresa, quando da incorporação do ADL para todos.
Alertamos que, de acordo com a Eletrobrás, a remuneração que será utilizada para enquadra-mento no PCR será a soma do salário base com o ADL. Em nosso entendimento, se realmente isto acontecer, o ADL (que representa 8,33% da remuneração) poderá desaparecer para quem recebe hoje e não seria estendido para os demais, que na Eletrosul são 686 empregados/as.
Enfim, são muitas questões que estão em jogo e que precisam ser mais debatidas para uma definição adequada. Neste momento, a melhor estratégia é a cautela e, sobretudo, a persistên-cia e um maior envolvimento dos trabalhadores/as nos rumos deste processo. Se quisermos que haja modificações no atual contexto, não devemos ficar reféns de um abono momentâneo e que se esgota rapidamente. Aliás, é sempre bom relembrar que só houve avanço na negoci-ação nacional quando os trabalhadores/as ocuparam o seu espaço (deixaram de ser ?especta-dores?) e deram a devida resposta. Os avanços não vieram e nunca virão por obra do acaso.

Vamos acompanhar o desenrolar das negociações que continuam nas demais empresas do Grupo para, a partir daí, definirmos os encaminhamentos com maior clareza dos fatos e com maior cumplicidade de todos. Até porque, a diretoria da Eletrosul ficou de entregar a sua con-traproposta até as 10 hs desta quinta-feira (09/07) e os sindicatos integrantes da Intersul farão ainda uma avaliação criteriosa de todo processo.
Para finalizar, fiquemos com a oportuna reflexão de James Baldwin: ?nem tudo que se enfrenta pode ser modificado, mas nada pode ser modificado até que se enfrente?.

---